segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Pasquale de Chirico

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"Batidas na porta da frente
É o Tempo"
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"E viu milagres... como eu..."


Theodoro Sampaio

"É no xaréu que brilha a prata luz do céu
E o povo negro entendeu que o grande vencedor
Se ergue além da dor
Tudo chegou sobrevivente num navio
Quem descobriu o Brasil?
Foi o negro que viu a crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres de fé no extremo ocidente"

de "Milagres do Povo"
Caetano Veloso

domingo, 20 de setembro de 2015

"correr entre os canteiros..."


'Canção"
Cecilia Meireles
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"Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no Teu ouvido.
Levou somente palavra,
deixou ficar o sentido.
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O sentido está guardado
no rosto com que Te miro,
neste perdido suspiro
que Te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.
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Nunca ninguém viu ninguém
que o Amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou os Teus olhos também..."
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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Meditação

Dama em um momento, bem no início do século XX, na praia do então arrebalde da Barra, em Salvador, Bahia.

O Porto da Barra, em Salvador, Bahia, em 1870

Imagem retrabalhada da original de Guilherme Gaensly, datada de 1870.
Uma evocação do que seria o Porto da Barra, em Salvador, numa instante perdido no tempo, aqui ecoando.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Porto da Barra, à noite, em 1870

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Imagem retrabalhada da original de Guilherme Gaensly, datada de 1870.
Mostra uma evocação do que seria o Porto da Barra, em Salvador, numa noite perdida no tempo, aqui ecoando.
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sábado, 22 de agosto de 2015

Farol da Barra, Salvador, Bahia - 1910


Foto do Farol da Barra, Salvador, Bahia, em 1910.
Autor desconhecido
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"Esotérico"
Gilberto Gil

Não adianta nem me abandonar
Porque mistério sempre há de pintar por aí
Pessoas até muito mais vão lhe amar
Até muito mais difíceis que eu prá você
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões, todos iguais
Até que nem tanto esotérico assim
Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais
Mistério sempre há de pintar por aí
Não adianta nem me abandonar (não adianta não)
Nem ficar tão apaixonada, que nada
Que não sabe nadar
Que morre afogada por mim
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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

"Cadeira de arruar"

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"Canto das três raças"
Mauro Duarte & Paulo César Pinheiro
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Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil

Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou

Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou

Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou

E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor

ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô

ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô

E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador

Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor

terça-feira, 18 de agosto de 2015

"A Carolina"


"A Carolina"
Machado de Assis
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"Querida... Ao pé do leito derradeiro,
em que descansas desta longa vida,
aqui venho e virei, pobre querida,
trazer-te o coração de companheiro.
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Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
que, a despeito de toda a humana lida,v fez a nossa existência apetecida
e num recanto pôs um mundo inteiro...
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Trago-te flores - restos arrancados
da terra que nos viu passar unidos
e ora mortos nos deixa e separados;
que eu, se tenho, nos olhos mal feridos,
pensamentos de vida formulados,
são pensamentos idos e vividos"